A fotografia é um instante de memória
Desde que os smartphones se tornaram um acessório inerente ao corpo humano (se este não é seu caso, podemos falar de livros que tal?) a possibilidade de fotografa, aliada ao compartilhamento se ocupam de realizar uma produção inalcançável de imagens impossíveis de serem vistas, isto porque enquanto visualizamos uma fotografia no Instagram, por exemplo, milhares de outras explodem diante de nossos olhos.
Fotografamos tudo e todos, o tempo todo.
Mas o que realmente enxergamos?
Quantas fotografias você consegue ver?
Quantas te tocam e quantas você é capaz de tocar?
Dos milhares de arquivos expostos nas galerias do Instagram ou do Facebook, qual deles te devolve o cheiro da pessoa amada, a história de um amigo querido, as risadas e os abraços? Cada um de nossos sentidos tem uma função própria, mas todos eles interagem com a nossa percepção e nossos modos de sentir as coisas. Experimente fazer isso com os álbuns antigos e as caixas de sapato cheias de fotografias.
Claro que tocar uma fotografia não corresponde a um abraço. Gosto de olhar nos olhos, de me envolver em abraços intermináveis, do cheiro de café chegando à mesa e até dos momentos de insegurança, aqueles em que diante da presença do outro, as vezes não sabemos o que dizer, entende? A presença física tem dessas coisas, é com isso que aprendemos e evoluímos, nas trocas de perspectiva e experiências, que as outras pessoas viveram. Os atritos são necessários durante o diálogo, significa que somos indivíduos, únicos, para entender que não estamos sós, pois todos temos nossas ideias e limitações.
O que isso tem a ver com a fotografia no papel?
Diferente da fotografia no smartphone, seja na rede social ou na galeria do aparelho, a fotografia de papel tem “presença e exclusividade”. Ao tocar uma fotografia dessas, as notificações recebidas são as memórias daquilo que foi vivido.
Uma fotografia nunca é real, sempre é um recorte feito por aquele que fotografou, mas ela sempre é presença, se você a vê é porque algo existiu e foi fotografado.
Ao segurar uma fotografia nas mãos, é só você e a foto! Um instante de diálogo com suas memórias. Sem a interrupção por meio de notificações é possível sentir o momento do encontro entre o presente e o passado, aquilo que existiu se faz presente quando você simplesmente “para” e olha com atenção, isso é exclusividade.
Há quem diga que os álbuns de fotografias ocupam espaço e são deterioráveis. Concordo! Eles ocupam o espaço de nossas histórias. Cada história que vivemos construiu a pessoa que somos. Saber que no papel uma fotografia pode ser destruída, a torna ainda mais especial, ela está presente ocupando um espaço e por isso necessita de cuidados para existir. Em nuvens virtuais e HD´s as fotografias podem destruídas pelas intempéries do tempo, mas nos espaços virtuais essa destruição ocorre antes mesmo de serem afetadas pelo fogo ou pela água, na nuvem elas se dissipam pelo esquecimento.
Gosto das galerias do smartphone e preservo backups intermináveis de arquivos em mídias, mas de vez em quando seleciono algumas dessas fotografias para imprimir. Com o tempo esquecemos parte de nosso percurso até aqui. As fotografias impressas, mesmo guardadas numa gaveta, não dependem de internet e menos ainda de energia elétrica para serem acessadas. Elas me surpreendem a cada faxina, estão sempre ocupando um espaço físico, assim como as cicatrizes que carrego no corpo, posso tocá-las. O contato com a memória depende apenas da necessidade de revisitar minha história e junto com ela me lembrar de quem eu sou.
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